Estados Unidos, 13 de outubro de 1951. Dear Mrs. N., Não é fácil nem simples responder à sua pergunta (1), pois vai depender muito de sua faculdade de compreensão. Por outro lado, sua compreensão depende do desenvolvimento e maturidade de seu caráter pessoal. Não é possível matar parte de seu “si-mesmo” sem que antes mate a si mesma. Se arruinar a sua personalidade consciente, a assim chamada personalidade do eu, a senhora despoja o si-mesmo de seu verdadeiro objetivo, isto é, de tornar-se real. O objetivo da vida é tornar real o si-mesmo. Com o suicídio, a senhora destrói esta vontade do si-mesmo que a guia através da vida para aquele objetivo final. Uma tentativa de suicídio não afeta a intenção do si-mesmo de tornar-se real, mas pode interromper o seu desenvolvimento pessoal, uma vez que não é explicada. A senhora deveria entender que suicídio é o mesmo que assassinato, pois após o suicídio fica um cadáver, exatamente como num assassinato comum. A unida diferença é que...