Avançar para o conteúdo principal

Mensagens

A mostrar mensagens de março, 2019

Monsieur Le Docteur Henri Flournoy

Monsieur Le Docteur Henri Flournoy (1) (Genebra) 29 de março de 1949. Cher Confrère, Acabo de ler o seu simpático relatório sobre o meu trabalho. Agradeço o interesse que dedicou à exposição objetiva de minhas ideias. Fiquei muito interessado nas referências que fez aos arquétipos no epílogo de seu trabalho. Ao que me parece, há aqui alguns mal-entendido. Não nego a existência de fatos que Freud demonstrou. Não acredito em teorias e não tenho a intenção de substituir a teoria dele por outra. Meu objetivo é mostrar fatos novos; por exemplo, a existência de arquétipos, uma existência que já foi reconhecida por outras ciências: na etnologia como “représentations collectives” (Lévy-Bruhl), na biologia (Alverdes), na história (Tonybee), na mitologia comparada (Kerényi, Tucci, Wilhelm e Zimmer que representam a Antiga Grécia, Tibet, China e Índia) e no folclore como “motivos”. O conceito biológico muito conhecido de “pattern of behaviour” é sinônimo de arquétipo na psicologia.

Eugene M. E. Rolfe (Londres, Inglaterra)

Carta de Jung a Eugene M. E. Rolfe (Londres, Inglaterra) 03 de março de 1949. "Dear Mr. Rolfe, Lamento ter ficado tanto tempo com o seu manuscrito (1), mas eu queria vê-lo examinado completamente, e nisto fui ajudado por um amigo meu. A primeira parte do seu livro é uma tentativa bem interessante de aplicar ao indivíduo a ideia da totalidade à luz de sua própria experiência, mas na segunda parte o senhor sucumbiu sempre mais à ideia de uma solução coletiva. Em sua carta diz que teve um sonho enquanto escrevia a primeira parte do livro; o sonho era que teria um filho. E, enquanto redigia as partes finais, sonhou que tivera um bebê, pequeno mas parecido com o senhor, e que ao final teve medo de ter sido um aborto. Temo que o estes sonhos se apliquem a seu livro, visto que a segunda parte e o final são tentativas prematuras de transferir suas experiências individuais para uma aplicação coletiva, o que é impossível. O senhor não pode ensinar certo tipo de moral ou de fé;