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Mensagens

A mostrar mensagens de março, 2022

To Dr. John R. Smythies

Londres, 29 de fevereiro de 1952.   Dear Dr. Smythies, Não me atrevo a escrever uma carta ao editor do Journal of the S. P. R., como o senhor sugere (2). Receio que meu inglês seja muito pobre, sem boa gramática e muito coloquial. Entre filósofos muito letrados e ilustres a minha argumentação simples não faria boa figura. Além disso, sei por experiência que os filósofos não entendem minha linguagem inculta. Portanto, se me permite, prefiro escrever uma carta ao senhor e deixá-lo à vontade para fazer dela o que achar mais conveniente. Quanto à sua hipótese, eu já lhe disse que me agrada muito a sua ideia de um corpo perceptivo, isto é, “sutil” (3). Seu ponto de vista parece-me bastante confirmado pelo fato peculiar de que, por um lado, a consciência tem muito pouca informação direta sobre o corpo a partir de dentro e que, por outro lado, o inconsciente (isto é, sonhos e outros produtos do “inconsciente”) se refere muito raramente ao corpo e, quando o faz, é sempre através de rod

Ao Dr. Erich Neumann

Tel Aviv/Israel, 28 de fevereiro de 1952. Prezado Neumann! Eu já devia ter-lhe escrito há mais tempo, mas nesse ínterim tive de baixar outra vez ao leito por causa de uma gripe. Aos 77 anos de idade, isto não é uma coisa muito simples, pois é “facilis descensus Averno” (1), mas difícil “revocare gradum”, isto é, os motivos da volta perdem aos poucos sua plausibilidade. Hoje é o primeiro dia em que estou de novo de pé e escrevo-lhe como se costuma fazer num mundo tridimensional. Quero dizer-lhe francamente que gostei muito de seu Amor und Psyche (2). É brilhante e escrito com a mais veemente participação . Acredito entender agora por que, seguindo Apuleio, o senhor deixou que se desenrolasse o destino de Psique e de sua feminilidade nas praaias distantes do primitivo mundo dos heróis. Com o maior escrúpulo e com lapidar precisão o senhor mostrou como este drama, enraizado num mundo primitivo, anônimo e afastado de qualquer capricho pessoal, desenrola-se diante de nossos olhos de fo