Londres, 29 de fevereiro de 1952. Dear Dr. Smythies, Não me atrevo a escrever uma carta ao editor do Journal of the S. P. R., como o senhor sugere (2). Receio que meu inglês seja muito pobre, sem boa gramática e muito coloquial. Entre filósofos muito letrados e ilustres a minha argumentação simples não faria boa figura. Além disso, sei por experiência que os filósofos não entendem minha linguagem inculta. Portanto, se me permite, prefiro escrever uma carta ao senhor e deixá-lo à vontade para fazer dela o que achar mais conveniente. Quanto à sua hipótese, eu já lhe disse que me agrada muito a sua ideia de um corpo perceptivo, isto é, “sutil” (3). Seu ponto de vista parece-me bastante confirmado pelo fato peculiar de que, por um lado, a consciência tem muito pouca informação direta sobre o corpo a partir de dentro e que, por outro lado, o inconsciente (isto é, sonhos e outros produtos do “inconsciente”) se refere muito raramente ao corpo e, quando o faz, é sempre através de...