Oxford, 09-14 de abril de 1952. Parkhotel Locarno Dear Victor, Muito obrigado por sua carta tão humana (1). Ela me dá uma ideia do que vai no seu interior. A “privatio boni” não me parece especialmente problemática, mas entendo que ela é da maior importância. Talvez seja melhor que eu continue expondo o meu ponto de vista, para que o senhor saiba como eu vejo a questão. Procurei, ao mesmo tempo, levar em consideração também o seu ponto de vista. Penso que o senhor concorda comigo que, dentro de nosso mundo empírico, o bem e o mal representam as partes indispensáveis de um julgamento lógico, assim como branco e preto, direito e esquerdo, em cima e embaixo, etc. São equivalentes de oposição, e entende-se que sempre se referem à situação de quem faz a afirmação, uma pessoa ou uma lei. Empiricamente são incapazes de confirmar a existência de qualquer coisa absoluta, isto é, não há meios lógicos para estabelecer uma verdade absoluta, com exceção de uma tautologia. E assim mesmo...