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Mensagens

A mostrar mensagens de janeiro, 2024

Ao Dr. Erich Neumann

  Ao Dr. Erich Neumann Tel Aviv/Israel, 30 de janeiro de 1954.   Prezado Neumann, Muito obrigado por sua amável carta. Estava escrevendo agora mesmo a Hull para inserir na edição inglesa de Symbole der Wandlung uma referência aos trabalhos do senhor (1). A passagem para o novo ano não transcorreu sem algumas dificuldades: o fígado e os intestinos se revoltaram contra a comida gordurosa do hotel de Locarno, o que, por outro lado, trouxe a vantagem de eu ter uma semana e meia a mais de férias do que o previsto. Já penetrei um bom pedaço em seu “Kulturentwicklung” (2) e poderei continuar com a leitura assim que me livrar da montanha de cartas, que se acumulou na minha ausência. Eu retribuiria sem mais com a denominação “gnóstico”, não fosse ela uma palavra injuriosa na boca de um teólogo. Eles me acusam do mesmo erro que eles mesmos cometem, isto é, a desconsideração presunçosa dos limites epistemológicos: quando um teólogo diz “Deus”, então deverá ser Deus, e exatamente co

To E. L. Grant Lovegood Watson (Elliot Lovegood Grant Watson)

  To E. L. Grant Watson Northam, Devon/Inglaterra, 25 de janeiro de 1954.   Dear Mr. Watson, Seu sonho é notável (1). O sonho com o cavalo representa a união com a alma animal, de que o senhor sente falta há muito tempo. A união produz um estado peculiar da mente, isto é, um pensamento inconsciente que lhe permite perceber o progresso natural da mente em sua esfera própria. O senhor pode considerar o sonho como um processo natural de pensar no inconsciente ou como antecipação de uma vida mental após a morte (2). (Isto é uma possibilidade, dado que a psique é, ao menos em parte, independente do espaço e do tempo. Cf. os experimentos de Rhine com a PES). Os pés significam “ponto de vista”; os hindus = ponto de vista oriental. O sonho indica sua transmutação da perspectiva ocidental para a percepção oriental do atmã = si-mesmo e sua identidade com o atmã universal. O senhor passa além do ego para horizontes sempre mais amplos, onde o atmã revela gradualmente seu aspecto universal.