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Projeto Memória - Há 70 anos como se fosse

Projeto Memória - Registro de transcrição das Cartas de Jung, tomando como referência 70 anos, como se fosse hoje. Esse projeto de pesquisa desenvolvido desde 2017, visa resgatar momentos históricos e reflexões pessoais de C. G. Jung.

1947 (A partir do final de abril de 2017, o Projeto Memória: 70 anos como se fosse hoje, foi iniciado. Há algumas outras cartas, que serão, à medida do possível, acrescentadas a essas que estão publicadas. Obrigado pela compreensão).

“To Mr. O.
Zurique, 30.04.1947
Será bom para a sua humildade se puder aceitar os dons do guia inconsciente que mora dentro do senhor, e é bom para seu orgulho que ele se humilhe a ponto de o senhor poder aceitar o que lhe é dado. [...] O orgulho é uma coisa maravilhosa quando se sabe como satisfazer as suas expectativas. O senhor nunca se perguntou quem é o meu analista? E, quando chega o final, devemos ser capazes de enfrentar sozinhos, face a face, o inconsciente, para o melhor ou para o pior".
JUNG, C. G. Cartas: 1946-1955, Vol. II. Petrópolis: Vozes, 2002, p. 65.

Zurique, 02.05.1947.
My dear O.
O importante é que comece com qualquer imagem. Contemple-a e observe cuidadosamente como a figura começa a desdobrar-se e a mudar. Não tente transformá-la em algo, não faça nada, mas observe quais são as suas mudanças espontâneas. Qualquer figura mental que o senhor contemplar dessa maneira mudará mais cedo ou mais tarde por meio de uma associação espontânea que provoca uma leve alteração da figura. O senhor deve evitar cuidadosamente pular de um assunto para outro. Mantenha-se firme na única figura que escolheu e espere até que ela mude por si mesma. Anote todas essa mudanças e entre eventualmente nela; se for uma figura que fala, diga a ela o que tem a dizer e escute o que ela (ou ele) tem a dizer. Assim poderá não analisar o seu inconsciente, mas também dará uma chance ao seu inconsciente de analisar o senhor. Assim o senhor criará aos poucos a unidade do consciente e do inconsciente, sem a qual não haverá individuação alguma".
JUNG, C. G. Cartas: 1946-1955, Vol. II. Petrópolis: Vozes, 2002, p. 66.

Zurique, 07.05.1947.
“My dear O.
Como eu temia, o seu material é rico demais! Há necessidade de imenso trabalho mental para reduzi-lo.
Sua primeiro visão, em que aparece Beatriz, contém um ponto onde lhe posso mostrar como o senhor pode entrar. Beatriz, como figura da anima, é sem dúvida uma personificação; isto significa um ser pessoal criado dessa forma pelo inconsciente. O senhor pode estar certo de que sua anima escolheu esta forma para mostrar-lhe como ela se parece. Uma Beatriz tão colossal é certamente uma visão inesperada. Em vez de reagir a esta visão espantosa, o senhor se satisfaz em continuar com a sua visão. Mas o natural seria o senhor aproveitar esta oportunidade e começar algum diálogo com sua anima. Todo aquele que tem um sentimento natural para essas coisas haveria de aproveitar esta surpresa e colocar-lhe uma ou duas perguntas: Por que ela aparece como Beatriz? Por que ela é tão grande? Por que o senhor é tão pequeno? Por que ela alimenta sua esposa e não o senhor? Etc. Poderia perguntar-lhe também - uma vez que ela é "mensageira do Graal" - o que significa essa coisa engraçada da laranja? O que significa o anel mágico? O que significam todos aqueles -is? Trate-a como pessoa ou, se quiser, como paciente ou deusa, mas trate-a sobretudo como algo que existe. Além disso, o senhor entra diretamente na influência de sua anima nesta visão, e aí está a razão por que ela começa a alimentar sua esposa que fica desnutrida quando o senhor sucumbe diante de sua anima. Por isso o senhor deve falar com esta pessoa para ver o que ela pretende e para descobrir o seu pensamento e o seu caráter. Se o senhor entrar em sua própria fantasia, esta superabundância de material logo chegará a proporções mais razoáveis. Mas se der livre curso às suas intuições, será afogado por elas. Preserve a sua cabeça e a sua própria personalidade contra a multidão dominante de imagens e aspectos. Como já lhe disse, o senhor pode fazê-lo entrando no quadro com suas reações e emoções comuns e humanas. É um bom método tratar a anima como se ela fosse um paciente, cujo segredo o senhor quisesse descobrir. Yours sincerely, C. G. Jung.
JUNG, C. G. Cartas: 1946-1955, Vol. II. Petrópolis: Vozes, 2002, p. 67.

Ao PD Dr. Albert Jung
Villar-sur-Glâne/Suíça, 20.05.1947
“[...] Em Fausto, o "eternamente feminino" é a Sapientia Dei, que é precisamente a Sofia. Não é de admirar pois que estas figuras tenham sempre uma sombra, também a Sapientia. Esta sombra seria sua perversão do divino para o mágico escuro. Isto é naturalmente a bruxa ou Hécate, a maga-mor, que, enquanto tricéfala e trissomática, representa o correspondente inferior da Trindade (psicologicamente, a tríade inferior das funções). [...] Com a grande estima do colega C. G. Jung".
JUNG, C. G. Cartas: 1946-1955 (Vol. II). Petrópolis: Vozes, 2002, p. 68.

Para Olof Berntson (1897-1975, político sueco)
Basileia, 18.06.1947.
"Há um telos (palavra grega que significa sentido de vida, propósito) em cada comunidade. Mas acrescentaria que este telos é a soma dos tela (plural de telos) individuais. Toda pessoa tem o seu telos e, na medida em que procura realizá-lo, é um autêntico cidadão. A comunidade não é nada sem o indivíduo e, se a comunidade consiste de indivíduos que não realizam o seu telos individual, então a comunidade não tem telos ou um telos muito ruim. Eis a razão por que o "conformismo social se transforma em idolatria quando se torna um fim em si mesmo".
JUNG, C. G. Cartas: 1946-1955. Petrópolis: Vozes, 2002, p. 70.

“A Udo Rukser, Quillota/Chile, 06 de setembro de 1947.
Prezado senhor, [...] Quanto mais forte a manifestação do espírito, maior é o perigo de identificar-se com a consciência. E, neste caso sobrevém o que o senhor corretamente supõe, isto é, uma ênfase compensadora do inconsciente. O senhor também tem razão ao supor que uma orientação unilateral da consciência sempre leva a uma contrarreação. Quanto maior a ameaça da massificação, mais forte ficará por sua vez a ênfase no indivíduo. O fato, por exemplo, de que nossa época descobriu realmente o inconsciente já pertence a este capítulo, sobretudo o estudo da psicologia que inicialmente parecia um assunto exclusivamente subjetivo. Mas com a psicologia a pessoa real torna-se um problema, isto é, o indivíduo, pois não existem outras pessoas que não os indivíduos. Neste movimento, objeto de interesse por parte do grande público, há uma tentativa de combater a massificação e o totalitarismo dela resultante. O interesse na psicologia tem a inevitável consequência de fortalecer a consciência individual, o que, segundo a experiência, é o melhor instrumento contra a influência devastadora da psique massiva. Se este movimento vingar e assumir maiores proporções, controla-se a fechadura da maior ameaça à nossa civilização. Mas se esta reação não tiver êxito, temos que contar no futuro com outras catástrofes inevitáveis, pois o homem massificado significa catástrofe massificada. O maior perigo de hoje são os países massificados como a Rússia e a América. Mas a história mostra que tais formações monstruosas são em geral de curta duração. Isto ao menos é uma esperança! Saudações cordiais, C. G. Jung”.
JUNG, C. G. Cartas: 1946-1955. Petrópolis: Vozes, 2002, p. 81-82.

1948 (em produção de transcrição)
Ao Pastor Jakob Amstutz (Professor de filosofia e religião no Juniata College, Huntington, Pennsylvania, EUA).
08 de janeiro de 1948
Prezado Pastor,
Muito obrigado pelo gentil envio de seu livro sobre Rilke. Eu o leio com prazer, sobretudo porque sempre fui consciente, desde que conheço Rilke, de quanta psicologia está nele escondida. Ele defrontou-se com o mesmo campo experimental que eu, só que de um ângulo bem diferente.
Com elevada consideração, C. G. Jung.

Ao Prof. Gebhard Frei (1905-1968) - Professor de filosofia e história comparada das religiões no Seminário Teológico de Schöneck, Suíça.
13 de janeiro de 1948
"[...] No que se refere ao si-mesmo, poderia dizer que é um equivalente de Deus. Este tipo de colocação irrita os teólogos, pois parece que se criou um "substituto de Deus". Ao psicólogo isto parece tão absurdo que hesita em atribuir semelhante estupidez a qualquer pessoa. Para ele isto soa mais ou menos assim: Quando digo "Deus", isto é uma imagem psíquica. Também o si-mesmo é uma imagem psíquica do transcendente, porque é uma totalidade indescritível e inatingível da pessoa. Ambos são expressos empiricamente pelos mesmos símbolos ou por símbolos semelhantes, de modo que não se pode distingui-los entre si. A psicologia se ocupa única e exclusivamente com imagens experimentais, cuja natureza e comportamento biológicos ela investiga Isto nada tem a ver com Deus em si. Como poderia uma pessoa em são juízo pretender tirar de Deus ou acrescentar a ele alguma coisa? Se eu possuir 20.000 francos e disser que são 50.000, logo perceberei que os meus 20.000 francos não sofreram acréscimo algum. Eu não sou louco a ponto de me atribuírem a ideia de querer criar um substituto de Deus. Como poderia alguém substituir Deus? Não posso nem mesmo substituir pela fantasia um simples botão, mas preciso comprar um novo!
Parece-me que o erro está em que esses críticos só acreditam de fato em palavras, sem disso se darem conta, e então pensam que colocaram Deus. Pelo fato de não se darem conta disso, aparece projetado em mim na acusação de que eu estou criando um Deus. Esta acusação é absurdamente ridícula, porque eu, na melhor das hipóteses, falo de uma imago Dei, conforme enfatizei repetidas vezes em inúmeras passagens de meus livros; e não sou tão idiota a ponto de supor que a imagem que vejo no espelho seja o meu real e verdadeiro eu.
O meu pensar é substantivo, mas o pensar teológico-metafísico está em constante perigo, como demonstra o caso acima de operar com palavras desprovidas de substância e imaginar que então se produza no céu a realidade correspondente.
O que mais poderia o teólogo mostrar? Cristo está em nós e nós nele! Por que então não seria real e palpável em nós a ação de Deus e a presença do "filho do homem" (texto escrito em grego). Agradeço diariamente a Deus o fato de poder experimentar em mim a realidade da imago Dei. Não fosse assim, eu seria um inimigo feroz do cristianismo e da igreja em especial. Graças a este actus gratiae, minha vida tem sentido e meu olho interior foi aberto para a beleza e a grandeza do dogma. Posso ver que a Igreja é minha mãe e que o espírito de meu pai me leva para longe dela, para o campo de batalha do vasto mundo, onde sofro diariamente o perigo de ver apagada a minha luz pelo princeps huius mundi, a escuridão sufocante da inconsciência (avidya é considerada um mal básico também pelos budistas - ignorância, inconsciência). Ela é provavelmente o pecado e o malum por excelência (escrito em grego).
A tensão que o senhor sente entre a Igreja e a psicologia não está, segundo penso, na moralidade, mas nos fatos psíquicos, isto é, nos conflitos de obrigações que provêm em última linha do fato de não termos um julgamento seguro sobre o bem e o mal; e quanto mais conhecimento psicológico adquirimos, tanto mais percebemos como ambos se interpenetram de modo espantoso. O mal do bem e bem do mal são infelizmente, infelizmente mesmo, fato inapagáveis. A psicologia tem tão pouca culpa nisso quanto a zoologia nos piolhos. ela só toma consciência disso, e quem deseja permanecer inconsciente (e assim serve ao demônio), esse odeia a psicologia e dela desconfia. O príncipe desse mundo odeia a luz do conhecimento como a peste. Se o bem não tivesse o seu mal e vice-versa, seria uma blasfêmia absurda a ideia de que Deus poderia induzir em tentação a sua miserável e pequena criatura humana. Então seria muito simples decidir-se sempre sempre pelo bem. Mas na verdade há necessidade da mais alta consciência e da mais alta perspicácia de conhecimento para uma decisão apenas medianamente inteligente. Muitas pessoas se vangloriam desse espírito de perspicácia, mas Cristo diz: "Felizes os pobres de espírito porque eles verão a Deus" - Mateus 5.3, 8). Nada nos torna tão profundamente conscientes de nossa pobreza como o problema do bem e do mal. Será que agradou aos fariseus o fato de Cristo se ter sentado com os publicanos e as prostitutas? O que disse Deus a Pedro sobre os animais impuros? (Não consideres impuro o que Deus purificou - Atos 10.10). Por que o senhor louvou o seu administrador mentiroso e desonesto pelo fato de ter agido (com esperteza - Lucas 16.8 - "O patrão louvou o administrador desonesto por ter procedido com esperteza"). 
Talvez fosse aconselhável que o senhor levasse a seu público a refletir que minha psicologia não trata de banalidades e generalidades, mas dos problemas mais difíceis que se possa imaginar e que só podem ser comparados aos da microfísica. Isto não é invenção minha, mas custa-me suor.
Desculpe-me esta longa carta! Ela indica que tenho profundo interesse em estabelecer um relacionamento correto com o pensamento católico, pois é o pressuposto de que não se pode fugir da solução dos difíceis problemas que nos são colocados pela psicologia do inconsciente. Saudações cordiais, C. G. Jung. 
JUNG, C. G. Cartas: 1946-1955. Petrópolis: Vozes, 2002: 92-95.

Carta de C. G. Jung a Erich Neumann - Tel Aviv/Israel.
"Dezembro de 1948.
Prezado colega!
Desculpe esta carta manuscrita. Assim posso concentrar-me melhor nos meus pensamentos. [...]
Seu livro sobre ética (Psicologia Profunda e Nova Ética. São Paulo: Paulinas, 1991) acaba de ser publicado aqui e já está levantando tanta poeira que chegará o tempo em que deverei manifestar minha opinião.
[...] Li mais uma vez o seu livro e novamente tive a forte impressão, e com ela a certeza, de que seu efeito será o de uma bomba. Suas formulações são brilhantes e muitas vezes de acuidade cortante; são por isso mesmo provocantes e agressivas, uma tropa de choque em campo aberto, onde antes disso - infelizmente - nada havia. Evidentemente o adversário (Jung se refere a Universidade e a Igreja) concentra seu fogo sobre a tropa exposta. E é precisamente a fórmula transparentemente clara e inequívoca que é a mais ameaçada porque tem um lado descoberto. Não se faz guerra sem perdas, e com um equilíbrio estático não se chega a lugar nenhum O próprio título "Nova Ética" é clangor de trombetas: "Aux armes, citoyens"! (Às armas cidadãos!). Receberemos aqui algum gás venenoso no nariz e algum golpe na cabeça. Em Tel Aviv o senhor corre o risco de bombas egípcias.
Não sou dado a brigas, mas combativo por natureza, e por isso não posso esconder do senhor a minha satisfação secreta. Mas agirei com precaução e, se preciso for, cumprirei o meu dever de comandante do corpo de bombeiros. Seus escritos serão uma petra scandali (pedra de escândalo), mas também o impulso mais poderoso de desenvolvimentos futuros. Por tudo isso sou-lhe grato profundamente.
Saudações cordiais, C. G. Jung".

(C. G. Jung: Cartas 1946-1955. Vol. II. Petrópolis: Vozes, 2002: 119-120).

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