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Mensagens

A mostrar mensagens de fevereiro, 2021

Para Fowler McCormick (1)

Chicago (Ill.), 22 de fevereiro de 1951.   Dear Fowler, É muito gentil de sua parte enviar-me mais notícias sobre os discos voadores. Nesse meio-tempo li o livro de Gerald Heard (2), uma defesa veemente da existência desses discos. Infelizmente ele prega um pouco demais para o meu gosto. As afirmações mais recentes de que os discos voadores sejam apenas balões meteorológicos não condizem infelizmente com as supostas observações feitas, que por sua vez podem ser embuste ou alucinação. É realmente estranho que seja tão difícil chegar à verdade sobre a realidade desse fenômeno. Eu acho que se trata de um reiterado boato, mais ainda não se respondeu à questão se há alguma coisa real por trás de tudo isso. Exceto um pouco de reumatismo, estou bastante bem e faço o meu trabalho como sempre. Suponha que o senhor esteja muito ocupado! Por isso minha satisfação é maior ainda quando recebo um sinal de vida seu de vez em quando. Muito obrigado! Yours ever cordially, C. G. Jung.

A Heinrich Boltze

  Müsterlager/Alemanha, 13 de fevereiro de 1951.   Prezado senhor, Para sua orientação: eu sou psiquiatra e não filósofo, um simples empírico que se preocupa com certas experiências. Psique é para mim um coneito coletivo para a totalidade dos chamados processos psíquicos. Espírito é uma qualidade atribuída a certos conteúdos psíquicos (à semelhança de “material” ou “físico”). Atlântida: um fantasma mítico. L. Frobenius: um original imaginativo e um tanto crédulo. Grande coletor de material. Como pensador, menos bom. Deus: uma experiência interna, não discutível como tal, mas impressionante. A experiência psíquica tem duas fontes: o mundo externo e o inconsciente. Toda experiência direta é psíquica. Há experiência fisicamente transmitida (mundo exterior) e experiência interiormente transmitida (espiritual). Uma é tão válida quanto a outra. Deus não é uma verdade estatística, por isso é tão estúpido querer provar sua existência, quanto negá-la. Quando alguém está feliz, não pre

Dra. Beatrice Hinkle

  To Dra. Beatrice Hinkle (1)   Nova Iorque, 06 de fevereiro de 1951.   Dear Dra. Hinkle, Devo-lhe muitos agradecimentos pelo gentil envio do livro de Donald Keyhoe sobre os discos voadores (2). Já li diversos livros sobre o assunto e achei que o melhor deles é o de Gerald Heard, The Riddle of the Flying Saucers (3), que eu posso recomendar-lhe. Surpreende-me o fato de que tal fenômeno, testemunhado ao que parece por ao menos centenas de pessoas, não tenha sido objeto de mais fotos e tratado da maneira conveniente – sobretudo em vista de sua possível grande importância. Naturalmente já aconteceu várias vezes que assuntos da maior relevância não tenham recebido a devida atenção de seu tempo. Contudo, é muito curioso que não se tenha chegado neste caso a uma evidência satisfatória, ao menos quanto eu sabia. Estou simplesmente perplexo diante desses fenômenos, porque ainda não consegui ter certeza suficiente se tudo não passa de um boato, envolvendo alucinação individual e coletiva, ou se