Chicago (Ill.), 22 de fevereiro de 1951.
Dear
Fowler,
É muito
gentil de sua parte enviar-me mais notícias sobre os discos voadores.
Nesse meio-tempo
li o livro de Gerald Heard (2), uma defesa veemente da existência desses
discos. Infelizmente ele prega um pouco demais para o meu gosto.
As afirmações
mais recentes de que os discos voadores sejam apenas balões meteorológicos não condizem
infelizmente com as supostas observações feitas, que por sua vez podem ser
embuste ou alucinação. É realmente estranho que seja tão difícil chegar à
verdade sobre a realidade desse fenômeno. Eu acho que se trata de um reiterado
boato, mais ainda não se respondeu à questão se há alguma coisa real por trás
de tudo isso.
Exceto um
pouco de reumatismo, estou bastante bem e faço o meu trabalho como sempre. Suponha
que o senhor esteja muito ocupado! Por isso minha satisfação é maior ainda
quando recebo um sinal de vida seu de vez em quando.
Muito obrigado!
Yours ever cordially, C. G. Jung.
(1)
Fowler McCormick foi um velho amigo de Jung,
desde a juventude. O escrito The Undiscovered Self (Presente e Futuro”, Vol. X,
das Obras Completas) traz a dedicatória “To my friend Fowler McCormick. Ele
acompanhou Jung em sua visita aos índios Pueblo (1924-1925) e em sua viagem à
Índia (1938). Nos anos posteriores vinha regularmente a Zurique para visitar a
Jung. As muitas viagens de carro que fizeram juntos proporcionavam diversão e
descanso a Jung. Delas participavam também Miss Ruth Bailey, amiga da família
Jung e que assumiu o cuidado da casa de Jung após a morte de Emma Jung (1955).
(2) Gerald Heard, Is Another Watshing? The Riddle
of the Flying Saucers, Londres 1950, Nova Iorque, 1951.
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