Ao Dr. Med. S.
Alemanha,
05 de dezembro de 1951.
Prezado
colega,
Admira-me
francamente que o senhor se deixe impressionar por T. S. Eliot (1). A
conscientização em si não leva ao inferno. Ela só leva a este lugar desagradável
quando se tem consciência apenas de algumas coisas e de outras, não. Na
conscientização é preciso perguntar sempre o que deve tornar-se consciente. Mas
ambos, tanto Eliot como principalmente Sartre, só falam de consciência, e nunca
da psique objetiva, isto é, do inconsciente. É óbvio que se alguém andar sempre
em círculos na consciência vai acabar no inferno. E é exatamente isto o que
Sartre busca, e que Eliot gostaria de impedir com medidas claramente
ineficazes.
Não sinto
vontade nenhuma de discutir com esses dois. Já apresentei as minhas opiniões bem
antes que os dois tivessem escrito alguma coisa, de modo que quem quiser
conhecê-las pode dispor delas.
Com saudações
do colega
C. G.
Jung.
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