Nova Iorque, 05 de dezembro de 1951.
My Dear
Dr. Harding,
Lamento
profundamente estar tão atrasado com a resposta à sai carta de 6 de setembro. A
razão é que não dou mais conta de minha correspondência. Ela é simplesmente
demais. Além disso, preciso de tempo para o último capítulo de meu volumoso
livro sobre Mysterium Coniunctionis. Ele me ocupa tanto que preciso desligar-me
do mundo ao máximo.
Em sua
carta, a senhora me pergunta sobre os fenômenos de fantasmas. Isto é um assunto
de que devo abrir mão. Não sou capaz de explicar os fenômenos localmente
restritos de fantasmas. Há neles um fator que não é psicológico. É preciso procurar
a explicação adequada em outro lugar. Inclino-me a acreditar que resta algo da
alma após a morte, pois já na vida consciente temos evidência de que a psique
existe num espaço e tempo relativos, isto é, num estado relativamente sem extensão
e eterno. Provavelmente os fenômenos de fantasmas são indicações de tais existências.
(...)
Quanto à
sincronicidade, posso informá-lo de que meu ensaio sobre este assunto será
publicado durante este inverno e aparecerá junto com um ensaio do professor W.
Pauli sobre os fundamentos arquetípicos da astronomia de Kepler (1). Esperamos
que seja publicado também logo em inglês.
Saudações
cordiais e recomendações também à Dra. Bertine.
Yours
cordially,
C. G. Jung.
(1) Jung-Pauli, Naturerklärung und
Psyche, 1952.
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