À senhora L. Stehli,
Zurique, 31 de outubro de 1952.
Prezada Senhora,
Se não estivesse velho e doente, eu me
daria o trabalho de explicar-lhe pessoalmente que as ideais que as pessoas
fazem de Deus não são necessariamente corretas. Deus é algo incognoscível. Um antigo
místico alemão disse: “Deus é alguém que geme nas almas”. Paulo, como a senhora
sabe, disse algo parecido (1). Apesar das terríveis contradições dos textos
bíblicos, minha convicção religiosa pessoal não sofreu o mínimo abalo. Queria dizer-lhe
isto para sua tranquilidade.
Saudações cordiais,
C. G. Jung.
(1)Cf. Romanos 8.26: “... porque não sabemos
pedir o que nos convém. O próprio Espírito é que intercede por nós com gemidos
inefáveis”.
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