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Mensagens

A mostrar mensagens de junho, 2024

To Dr. Michael Fordham (1)

Londres, 18 de junho de 1954.   Dear Fordham, Sua carta traz más notícias; senti muito que não tenha conseguido o posto no Instituto de Psiquiatria (2), ainda que seja um pequeno consolo para o senhor que tenham escolhido ao menos um de seus discípulos, o Dr. Hobson (3). Depois de tudo, o senhor se aproxima da idade em que a gente deve familiarizar-se com a dolorosa experiência de ser superado. O tempo passa e inexoravelmente somos deixados para trás, às vezes mais e às vezes menos; e temos de reconhecer que há coisas além de nosso alcance que não deveríamos lamentar, pois esta lamentação é um remanescente de uma ambição por demais jovem. Nossa libido continuará certamente querendo agarrar as estrelas, se o destino não tornasse claro, além de qualquer dúvida razoável, que devemos procurar a perfeição dentro e não fora... infelizmente! Sabemos que há muito a melhorar no interior da pessoa, de modo que devemos agradecer à adversidade quando ela nos ajuda a reunir a energia livr

Monsieur André Barbault

Paris, 26 de maio de 1954.   Monsieur, Antes de mais nada gostaria de pedir desculpas pela demora em responder à sua carta de 19 de março. Isto se deve às minhas férias ou doença. Além disso, minha idade já não me permite cumprir todas as minhas obrigações como eu gostaria. Eis as respostas às suas perguntas: 1.Relação entre astrologia e psicologia: Há muitos exemplos de analogias surpreendentes entre constelações astrológicas e fatos psicológicos, ou entre o horóscopo e a disposição do caráter. Até certo ponto é possível predizer inclusive o efeito psíquico de uma passagem, por exemplo (2). Pode-se esperar com um grau de possibilidade bastante elevado que uma situação psíquica determinada venha acompanhada de uma configuração astrológica análoga. A astrologia, assim como o inconsciente coletivo, com o qual se ocupa a psicologia, consiste de configurações simbólicas: os planetas são os “deuses”, símbolos das forças do inconsciente (em primeiro lugar, ao lado de outro).

To Eugene M. E. Rolfe

Londres, 01 de maio de 1954.   Dear Mr. Rolfe, Muito obrigado por seu interessante artigo sobre “Rival Gods” (1). O senhor faz uma pergunta bem pertinente (2). Temo que não haja ninguém para respondê-la, ao menos não no sentido da nossa tradição. O senhor consegue imaginar um verdadeiro profeta ou salvador em nossos dias de televisão e reportagens jornalísticas? Sua popularidade haveria de acabar com ele em poucas semanas. E, assim mesmo, espera-se por uma resposta. O senhor aponta com razão o vazio de nossas almas e a perplexidade de nossa mente quando devemos dar uma resposta que seja tão precisa, simples e compreensível como, por exemplo, o marxismo. O pior é que a maioria de nós acredita nos mesmos ideais e ou em ideais semelhantes. A humanidade como um todo ainda não entendeu que a decisão última está em suas mãos. Ainda está possessa de deuses irados e faz a vontade deles. São poucos os que reconhecem a verdadeira situação e sua desesperadora urgência. Estou satisfeito