Londres, 01 de maio de 1954.
Dear Mr. Rolfe,
Muito obrigado por seu interessante artigo
sobre “Rival Gods” (1). O senhor faz uma pergunta bem pertinente (2). Temo que
não haja ninguém para respondê-la, ao menos não no sentido da nossa tradição. O
senhor consegue imaginar um verdadeiro profeta ou salvador em nossos dias de
televisão e reportagens jornalísticas? Sua popularidade haveria de acabar com
ele em poucas semanas. E, assim mesmo, espera-se por uma resposta. O senhor
aponta com razão o vazio de nossas almas e a perplexidade de nossa mente quando
devemos dar uma resposta que seja tão precisa, simples e compreensível como,
por exemplo, o marxismo. O pior é que a maioria de nós acredita nos mesmos
ideais e ou em ideais semelhantes. A humanidade como um todo ainda não entendeu
que a decisão última está em suas mãos. Ainda está possessa de deuses irados e
faz a vontade deles. São poucos os que reconhecem a verdadeira situação e sua
desesperadora urgência.
Estou satisfeito que tenha formulado a
pergunta.
Sincerely yours, C. G.
(1)E. Rolfe, “Rival Gods”, The Hibbert
Journal, Vol. LII, abril de 1954.
(2)E. Rolfe conclui seu ensaio sobre os “Rival
Gods”, isto é, EUA e Rússia com a pergunta: quem haveria de mostrar à
humanidade a verdade espiritual ou religiosa pela qual valeria a pena engajar-se?
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