Caracas/Venezuela, 13 de julho de 1954. Prezado senhor, Muito obrigado por sua amável carta. Quanto aos meus livros, posso dizer que nenhum deles apresenta uma síntese ou fundamento, ao menos na minha opinião. Não sou filósofo, que pudesse fazer algo tão ambicioso, mas um empírico que apresenta os progressos de suas experiências; por isso minha obra não tem um início absoluto nem um fim abrangente. É como a vida de uma pessoa que de repente se torna visível em algum lugar, que se baseia em pressupostos determinados mais invisíveis, e que portanto não tem um verdadeiro início nem verdadeiro fim, cessando repentinamente e deixando para trás questões que deveriam ter sido respondidas. O senhor não conhece ainda os meus últimos escritos (talvez os mais importantes). Incluo por isso uma lista deles. Quanto aos escritos de Ouspensky (1) e Gurdieff (2), sei o bastante sobre eles para não perder o meu tempo. Estou à procura de verdadeiro conhecimento e evito toda especulação nã...