Zurique, 01 de outubro de 1954.
Prezado doutor,
Receba meu caloroso agradecimento pelo
amável envio de seu interessante ensaio sobre a liberdade (1).
Devido ao desenvolvimento do pensamento
científico, especialmente no campo da física, mas também agora na psicologia,
tornou-se claro que a “liberdade” é um correlato necessário à natureza
puramente estatística do conceito de causalidade. Ela cabe particularmente bem
na categoria das coincidências significativas de que falo em meu ensaio sobre a
sincronicidade. A liberdade poderia ser colocada em dúvida somente por causa da
supervalorização unilateral da causalidade, que foi elevada a axioma, ainda que
– estritamente falando – ela nada mais seja do que um modo de pensar.
Com elevada consideração,
C. G. Jung.
(1)J. Rudin, “Die Tiefenpsychologie und
die Freiheit des Menschen”, Orientierung, nº 16, 31 de agosto de 1954, p.
169-173.
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