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Mensagens

A mostrar mensagens de março, 2025

A Pater Lucas Mensa, OSB

  A Pater Lucas Mensa, OSB Abadia Ettal, Oberbayern/Alemanha, 28 de março de 1955.   Prezado Pater Lucas, Muito obrigado por sua carta amiga e esclarecedora. Ela me proporcionou uma valiosa oportunidade de aprender algo sobre o processo de tornar-se total (inteiro) e santo. No caminho retroativo da história da humanidade (1), é possível integrar muita coisa, que também pertence a nós e, mais abaixo, inclusive algo do irmão animal que é mais piedoso do que o ser humano, porque ele não pode fugir da vontade divina nele implantada, uma vez que sua consciência obscura não lhe aponta outros caminhos. Neste caminho – não importa onde tenha começado, contanto que seja trilhado com seriedade – caímos no fogo ou, como diz o ditado, chegamos à proximidade dele: “Quem está perto de mim está perto do fogo e quem está longe de mim está longe do reino” (2). A “domesticação da besta”, como diz o senhor, é na verdade um longo processo que coincide com a dissolução do egotismo. O que...

Ao Professor Manfred Bleuler

Zurique, 23 de março de 1955.   Prezado colega, Receba meu sincero agradecimento pelo amável convite de falar sobre esquizofrenia no Congresso Internacional de Psiquiatria (1). Seria um grande prazer para mim – sem falar da grande honra – dar essa conferência. Infelizmente minha idade está avançada, e um compromisso desses se torna difícil para mim. Não suportaria mais o esforço de uma conferência e por isso devo renunciar à satisfação de seu desejo. Faço isto com o maior pesar, pois há aproximadamente 50 anos eu chamei a atenção para a psicologia dessa doença que, na época, era designada por dementia praecox (2). Às vezes pareço um anacronismo para mim mesmo. Renovo os meus sinceros agradecimentos e permaneço com elevada consideração. C. G. Jung.   (1)Prof. Manfred Bleuler havia pedido a Jung dar uma conferência sobre esquizofrenia no Segundo Congresso Internacional de Psicoterapia (1-7 de setembro de 1957, em Zurique). Com a recusa de Jung, pediu-lhe numa segu...

Para Evelyn Thorne

Lake Como (Flórida)/EUA, 23 de março de 1955.   Dear Miss Thorne, Muito obrigado por sua interessante carta (1). Posso confirmar sua observação por experiência própria. Repetidas vezes constatei o seguinte: quando estava entretido com uma ideia especial ou com um trabalho sobre um tema incomum, achava que o assunto era abordado em artigos de jornal ou em cartas que eu recebia de estranhos, como se tudo tivesse sido divulgado por rádio. Esta experiência foi às vezes tão intensa que cheguei a pensar na possibilidade de um fenômeno de sincronicidade. Mas sua observação das cores usadas por pessoas numa multidão indica tratar-se antes do fenômeno de grupamento de série casual. Pode-se observar facilmente este fato no tráfego descontínuo das estradas. Percebe-se que os carros ou os pedestres têm uma tendência de aparecer em grupos não periódicos, interrompidos por pedestres ou carros isolados. Esses fenômenos de grupamento são meros eventos casuais. Por isso temos de considerar ...