To Richard F. C. Hull (1)
Ascona/Ticino, 03 de agosto de 1953.
Dear Mr. Hull,
Nenhuma objeção para usar minha analogia
da formiga e do telefone (2). Na verdade, o experimento todo está enfeitiçado
(3), muito mais do que eu disse. O velho mago teve um tempo glorioso. Há dois
anos, quando eu elaborava as estatísticas, ele me olhou fixamente de uma pedra
que está na parede de minha torre em Bollingen (4). Quando eu o esculpi,
descobri sua identidade. Pensei que o tivesse exorcizado, mas eu estava de novo
e obviamente enganado. A última notícia é que “Sincronicidade” vai aparecer com
Pauli (5)!
Sinceraly yours, C. G. Jung.
(1) Richard Francis
Carrington Hull, nascido em 1913, Ascona, atualmente Palma-Mallorca, tradutor
das obras e das cartas de Jung para o inglês.
(2) Numa carta a Hull
(16.07.1953), Jung usou as analogias mencionadas para esclarecer o cálculo de
probabilidade de seus experimentos sincronísticos. Ambas foram assumidas na
edição inglesa (Vol. 8, § 901 e 897.
(3) Houve uma porção
de cálculos errados na avaliação estatística dos resultados de “um experimento
astrológico” – capítulo 2 do trabalho sobre sincronicidade. Jung e Markus Fierz
fizeram para a edição inglesa as devidas correções, às quais Jung acrescentou
algumas explicações.
(4) Na face não polida
das pedras com que foi construída a “Torre” em Bollingen, Jung enxergava
esboços de figuras que ele esculpiu em baixo-relevo. Também esculpiu a cabeça
do mago do qual afirmou mais tarde ser parecido com Balzac.
(5) Trata-se da
tradução inglesa de Jung-Pauli. Foi publicado sob o título The interpretation
of nature and the psyche, como volume LI da “Bollingen Series”, Nova Iorque e
Londres.
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