Londres, 13 de outubro de 1953.
Dear Sir,
A citação que o senhor gentilmente me
enviou é muito interessante (1).
Obrigado.
Conheço pessoalmente casos em que crianças
foram educadas de maneira muito racionalista e foram privadas do conhecimento
do mundo encantado das histórias; elas mesmas criaram para si histórias
fantásticas, evidentemente para preencher as lacunas deixadas pelos
preconceitos estúpidos dos adultos.
Conheço o livro The Great Beast (2). É
realmente indescritível e excelente leitura para pessoas que têm uma imagem
otimista demais da humanidade.
Yours sincerely,
C. G. Jung
(1)Trata-se das seguintes frases de
Charles Lamb, The Essays of Elia, “Witches and Other Night Fears”, 1821:
“Gorgons, and Hydras, and Chimaeras (...) may reproduce themselves in the brain
of superstion – but they were there before. They are transcripts, types – the
archetypes are in us, and eternal. How else should the recital of that, which
we know in a wking sense to be false, come to affect us all?” Mr. Symonds
chamou a atenção de Jung para o emprego da palavra “Archetypes”.
- “Bruxas e Outros Medos Noturnos”, 1821:
“Górgonas, Hidras e Quimeras (...) podem se reproduzir no cérebro da superstição
– mas já estavam lá antes. São transcrições, tipos – os arquétipos estão em nós
e são eternos. De que outra forma a afirmação disso, que sabemos ser falsa,
poderia afetar a todos nós?”
(2)Jhon Symonds, The Great Beast, The life
of Aleister Crowley, Londres, 1951.
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