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Mensagens

A mostrar mensagens de fevereiro, 2024

To Rev. Erastus Evans

  To Rev. Erastus Evans, c/o The Guild of Pastoral Psychology Londres, 17 de fevereiro de 1954.   Dear Mr. Evans, Permita que lhe expresse meu sincero agradecimento por sua recensão (1) verdadeiramente objetiva de minha desajeitada tentativa de perturbar a odiosa sonolência dos guardiães. É assim que vejo esta meu maldito e pequeno livro. Habent sua fata libelli ! (Os livros têm os seus!) Por mim não teria escrito sobre esta assunto. Eu me mantive afastado dele cuidadosamente. Publiquei anteriormente o volume Aion em linguagem cortês e tão humana quanto possível. Mas aparentemente isto não bastou, porque fiquei doente e, quando estava com febre, esta coisa me atacou e me obrigou a escrever, apesar da febre, da minha idade e de meu coração que não está muito bom. Posso assegurar-lhe que sou um covarde moral enquanto possível. Como pequeno e bom burguês estou ainda sob o choque de todas as minhas indiscrições e mantenho-me prostrado e escondido o mais que posso, jurando a mim

Ao Dr. James Kirsch

  Ao Dr. James Kirsch Los Angeles (Calif.) EUA, 16 de fevereiro de 1954.   Dear Kirsch, (...) Não acredito que os judeus devam aceitar o símbolo de Cristo. Só precisam compreender o seu significado: Ao querer transformar Javé num Deus moral do bem, Cristo separou os opostos (Satanás cai do céu, Lucas 10.18) que estavam unidos nele (Deus), ainda que de modo desarmônico e irrefletido; daí a suspensão entre os opostos na crucifixão. O objetivo da reforma cristã (através de Cristo) foi eliminar as consequências morais perniciosas, causadas pelo protótipo divino amoral. Não se pode ao mesmo tempo “filtrar mosquitos e engolir camelos” (Mateus 23.24) ou “servir a dois senhores” (Mateus 6.24), etc. Esta diferenciação moral é um passo imprescindível no caminho da individuação. Sem profundo conhecimento do “bem e do mal”, do eu e da sombra, não existe conhecimento de si-mesmo, mas no máximo uma identificação arbitrária e, por isso, perigosa com ele. O judeu tem atrás de si praticam

To Prof. G. A. van den Bergh von Eysinga

  To Prof. G. A. van den Bergh von Eysinga (1) Bloemendaal/Holanda, 13 de fevereiro de 1954.   Dear Sir, Neste meio-tempo, alguém ajudou-me num cuidadoso resumo de sua recensão (2). Parece-me que há certo mal-entendido de minhas ideias básicas. Antes de mais nada, não sou filósofo e meus conceitos não são filosóficos e abstratos, mas empíricos ou biológicos. O conceito em geral mal compreendido é o de arquétipo, que cobre certos fatos biológicos, mas que não é uma ideia hipostasiada. O “arquétipo” é praticamente sinônimo do conceito biológico de “padrão comportamental” (behaviour pattern). Mas como este designa principalmente fenômenos externos, escolhi o termo “arquétipo” para o “padrão psíquico” (psychic pattern). Não sabemos se o pássaro tecelão contempla uma imagem interna ao seguir um modelo imemorial e hereditário na construção de seu ninho; mas, pelo que sabemos da experiência, nenhum pássaro tecelão inventou seu ninho. É como se a imagem da construção do ninho tivesse

To John D. Barret

To John D. Barret (1) Bollingen Foundation Inc. Nova Iorque, 11 de fevereiro de 1954.   Dear Barret, Muito obrigado pelo envio do relatório de meus direitos autorais. Há pouco tempo encontrei Kurt Wolff (2) e sua esposa. Conversamos sobre muitas coisas, mas não precisamente sobre coisas que eu mencionaria nesta carta. A partir de um número de reações, independentes entre si, da América sobre o objetivo geral e atividade da Bollingen Foundation, concluí que a Fundação deve ser uma exceção singular nos Estados Unidos. Minha impressão é que se trata de uma pequena ilha num mar infinito de incompreensão e superficialidade. Não consegui entender ainda o que significa para o nível educacional a ausência quase completa das ciências humanas em geral. Tanto mais valorizo hoje o gênio de Mrs. Mellon que planejou a Bollingen Foundation, com a generosa contribuição de Paul Mellon. Gostaria apenas de dizer-lhe que não é fácil para um europeu julgar corretamente uma situação mental que

To Dr. John W. Perry

  To Dr. John W. Perry San Francisco/EUA, 08 de fevereiro de 1954.   Dear Perry, Lamento que o senhor devesse esperar tanto por minha resposta à sua pergunta (1). Aconteceram várias coisas neste meio-tempo, e também minha saúde não se comportou bem. Tentarei responder à sua pergunta do modo mais simples possível; é um problema difícil, como o senhor mesmo deve ter percebido. Em primeiro lugar, a regressão que ocorre no processo de renascimento ou integração é em si um fenômeno normal, podendo ser observado também em pessoas que não sofrem de nenhuma psicopatia. No caso de uma constituição esquizoide, observa-se quase o mesmo, apenas com a diferença de que há uma tendência marcante do paciente ficar preso ao material arquetípico. Neste caso, repete-se sempre de novo o processo de renascimento. Esta é a razão por que a esquizofrenia clássica desenvolve condições estereotipadas. Até certo ponto, a experiência é a mesma com indivíduos neuróticos. Isto é assim porque o material ar