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Mensagens

A mostrar mensagens de setembro, 2023

Ao Pastor L. Memper

  Ao Pastor L. Memper Kleinhüningen/Suíça, 29 de setembro de 1953.   Prezado Pastor! Desculpe, por favor, o atraso de minha resposta. Sua carta me trouxe grande alegria e a lembrança de tempos remotos, há muito apagados. Já se passaram 59 anos desde que deixei a casa paroquial de Kleinhüningen (1). Por isso agradeço de coração o seu convite (2). Anos atrás eu o teria aceito de pronto, porque me sinto ligado a todas as etapas de meu caminho, mas agora estou velho demais e, por razões de saúde, já não posso assumir a responsabilidade de proferir uma conferência difícil em público. Falar a um público simples sobre um assunto complicado é uma arte difícil. De qualquer maneira não subiria ao púlpito. Isto só me aconteceu uma vez, num grande congresso de professores em Berna, que se realizou numa igreja sem o meu conhecimento prévio. Para meu horror, fui forçado a subir ao púlpito, o que me causou tamanho choque que nunca mais falei numa igreja. Não me dera conta do quanto significav

To Prof. J. B. Rhine

  To Prof. J. B. Rhine Duke University Durham (N. C.)/EUA, 25 de setembro de 1953.   Dear Dr. Rhine, Lamento estar atrasado com a resposta à sua carta (1). Já não tenho a mesma eficiência. Tudo precisa de seu tempo, normalmente um longo tempo. Não tenho certeza se posso reunir todas as minhas reminiscências sobre os acontecimentos parapsicológicos. Foram muitas. A reunião dessas histórias não me parece proveitosa. A coletânea de Gurney, Myers e Podemore (2) trouxe poucos resultados. As pessoas que sabem que existem tais coisas não precisam de confirmação ulterior, e as pessoas que não querem saber estão livres – como estiveram até hoje – para dizer que lhes contamos histórias de fadas. Encontrei tanta resistência desencorajadora que estou fartamente convencido da estupidez do mundo erudito. A propos – o senhor provavelmente ouviu falar que um jovem matemático de Bruxelas, um tal de Mr. Brown (?). defendeu a seguinte opinião: se sua PES é fato, os fundamentos de seu cálculo

À Aniela Jaffé

Zurique, Bollingen, 16 de setembro de 1953.   Querida Aniela! Perdoe-me por responder só agora à sua última carta. Estive sobrecarregado com a leitura de provas de meus livros e com a correspondência. Além disso chegaram as provas inglesas de “Sincronicidade”, com a porção de perguntas sobre a terminologia. Tenho no mínimo um trabalho de escrever durante 3 horas em 4 dias da semana. Isto é aproximadamente o máximo que posso produzir sem ter que pagar o excesso com sono perturbado e sintomas cardíacos. (...) Tenho aqui 5 manuscritos para ler e uma porção de coisas menores para cuidar dentro e ao redor da casa. Tudo vai devagar e eu preciso cuidar-me, pois meu desempenho cardíaco é ainda arrítmico. Em geral estou melhor, pois consigo novamente dormir bem. Felizmente o tempo aqui esteve muito favorável nas últimas semanas. Com as montanhas, nem pensar. Para mim é tudo complicado. Posso caminhar, no máximo, durante quinze minutos, e com isso não se chega a lugar nenhum. Vejo,

To Carleton Smith

  To Carleton Smith (1) Director, National Arts Foundation, Inc. c/o American Embassy/Berna, 09 de setembro de 1953.   Dear Sir, É muita gentileza sua convidar-me para conselheiro da National Arts Foudation. Seu plano de estabelecer prêmios no âmbito da atividade humana não coberta pelo prêmio Nobel é de fato uma bela ideia. Uma vez que o prêmio Nobel só considera as descobertas ou méritos no campo das ciências naturais e da medicina (com exceção do “prêmio da paz” político) (2), o bem-estar psíquico e espiritual foi completamente relegado. A paz interior da pessoa, seu equilíbrio mental e inclusive sua saúde dependem em grande parte de fatores mentais e espirituais que não podem ser substituídos por condições físicas. Se a saúde psíquica e a felicidade dependessem de uma boa alimentação e de outras condições físicas de vida, então todas as pessoas ricas seriam saudáveis e felizes, e todas as pessoas pobres seriam mentalmente desequilibradas, fisicamente doentes e infelizes

Ao Dr. R.J. Zwi Werblowsky

  Ao Dr. R.J. Zwi Werblowsky The University Leeds/Inglaterra, 02 de setembro de 1953.   Prezado Doutor! Muito obrigado pelo gentil envio do texto de R. Gikatilla sobre os sonhos (1). A identificação de Chalom e Cholem com Kether (2) é muito interessante, apesar de toda chulice. Quando li isto tive que pensar na questão, levantada recentemente por um matemático, se era possível produzir grupamentos absolutos de casualidade. De cada unidade – enquanto unidade – devem ser feitas as mesmas afirmações. E nesta medida todas as unidades são idênticas. A unidade é necessariamente “ arch ”  (3) e origem de multiplicidade. Devido à indiferenciação, o inconsciente é unidade e, por isso, arch megalh , e também indistinguível de Deus. Compreendo que a África do Sul não o atraia. Uma colônia é a coisa mais desagradável que se possa imaginar hoje em dia. Saudações cordiais, C. G. Jung.   (1) Cf. para isso Zwi Werblowsky. O ensaio contém a tradução de um texto hebraico de Gikatilla,

À Condessa Elisabeth Klinckowstroem

À Condessa Elisabeth Klinckowstroem (1) Nassau/Lahn Alemanha, Zona francesa, 02 de setembro de 1953.   Prezada Condessa! Muito me alegrou ouvir novamente alguma coisa da senhora após tantos anos. Também me alegrei muito por saber que gostou de meus livros. A perda da senhorita Wolff me atingiu de fato profundamente (2). Ela deixou em nosso meio uma lacuna impreenchível. Minha saúde está numa base oscilante. Mas quando se tem 79 anos, nada mais causa admiração. A filosofia oriental preenche uma lacuna em nós, mas sem resolver o problema colocado pelo cristianismo. Como não sou hindu nem chinês, devo contentar-me com meus pressupostos europeus, caso contrário corro o perigo de perder pela segunda as minhas raízes. Prefiro não arriscar algo assim, pois sei o que custa recompor uma continuidade perdida. Cultura é continuidade. Fiquei feliz em saber que conhecem Jacobsohn. A senhora conhece seu excelente escrito “Das Gespräch eines Lebensmüden mit seinam Ba”? (3) Minha esposa